(...) o Concílio [Vaticano II] promoveu a
participação plena e ativa dos fiéis no Sacrifício Eucarístico. Hoje, olhando os desejos então expressos pelos Padres Conciliares sobre a renovação litúrgica à luz da experiência da Igreja universal no período transcorrido, é claro que uma grande parte foi alcançada; mas vê-se igualmente que
houve muitos equívocos e irregularidades. A renovação das formas externas, desejada pelos Padres Conciliares, visava tornar mais fácil a penetração na profundidade íntima do mistério; o seu verdadeiro objetivo era levar as pessoas a um encontro pessoal com o Senhor presente na Eucaristia, e portanto com o Deus vivo, de modo que, através deste contato com o amor de Cristo, o amor mútuo dos seus irmãos e irmãs também pudesse crescer. Todavia,
não raro, a revisão das formas litúrgicas manteve-se a um nível exterior e a «participação ativa» foi confundida com o agitar-se externamente. Por isso, ainda há muito a fazer na senda duma real renovação litúrgica.
A Eucaristia é o culto da Igreja inteira, mas requer também pleno empenho de cada cristão na missão da Igreja; encerra um apelo a sermos o povo santo de Deus, mas chama também cada um à santidade individual; deve ser
celebrada com grande alegria e simplicidade, mas também de forma quanto possível
digna e reverente; convida-nos a arrepender dos nossos pecados, mas também a perdoar aos nossos irmãos e irmãs; une-nos a todos no Espírito, mas também nos ordena, no mesmo Espírito, de levar a boa nova da salvação aos outros.
Além disso, a Eucaristia é o memorial do sacrifício de Cristo na Cruz, o seu Corpo e Sangue oferecidos na nova e eterna aliança pela remissão dos pecados e a transformação do mundo.
Papa Bento XVI,
Mensagem na conclusão do 50º Congresso Eucarístico Internacional em Dublin (17/06/2012) - excertos, grifos nossos.
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